Carta de Porto Alegre
Em primeira mão para os amigos e amigas que nos acompanham:
Reunidos(as) em Porto Alegre, em outubro de 2008, no 1º Seminário Aids e Religião do Rio Grande do Sul, promovido pela Seção de Controle das DST/Aids da Secretaria de Saúde do Estado,NÓSIntegrantes de diversas matrizes religiosas;NÓSProfissionais de saúde;NÓSAtivistas das organizações não governamentais de luta contra a aids;NÓSPessoas vivendo com HIV/Aids;SAUDAMOS esta iniciativa, com três dias de estudos e debates que nos mostraram desafios e caminhos a seguir na construção de respostas das religiões à aids, buscando sintonia entre os valores das tradições religiosas e os princípios que orientam a política pública de saúde, em especial os princípios do Sistema Único de Saúde - SUS.EM COMUM ACORDO, anotamos aqui o que foi por todos nós aceito como passos importantes para construir uma resposta à aids inclusiva e solidária:AMPLIAR os canais de diálogo respeitoso entre as tradições religiosas, os(as) profissionais de saúde pública, os(as) integrantes das ONGS/aids e as pessoas vivendo com HIV/aids na promoção do cuidado integral ao(a) portador(a) do HIV/aids.CONSTRUIR estratégias de prevenção à aids dirigidas a toda a sociedade e a grupos vulneráveis específicos, a partir dos valores de cada tradição religiosa, dos princípios dos direitos humanos e dos conhecimentos científicos disponíveis.PROMOVER momentos de formação e estudo acerca da aids, da sexualidade e estruturação do SUS, reunindo representantes das diversas matrizes religiosas, dos(das) profissionais de saúde, das ONGS/aids e das pessoas vivendo com HIV/aids, que permitam maior capacitação para o enfrentamento da epidemia.FORMAR agentes multiplicadores entre as pessoas vinculadas às diferentes matrizes religiosas.ELABORAR materiais que abordem a questão da aids em linguagem apropriada a cada tradição religiosa.NOS COMPROMETEMOS firmemente a sensibilizar os membros das nossas tradições religiosas, nossos(as) colegas profissionais de saúde, nossos(as) companheiros(as) das ONGS/aids e pessoas vivendo com HIV/aids para a importância das questões de ordem espiritual e do pertencimento religioso na prevenção e no cuidado ao portador do HIV/aids.DE MODO PRÁTICO E CONCRETO, consideramos fundamental:1) a criação, a partir da comissão organizadora deste Seminário, de um grupo de trabalho Aids e Religião, com participação de representantes das matrizes religiosas, dos gestores(as) de saúde, das ONGS/aids e das pessoas vivendo com HIV/aids.2) a estruturação de uma rede estadual de pessoas e instituições engajadas na construção do diálogo inter-religioso acerca da aids e dos temas ligados à sexualidade.3) a realização de eventos no tema aids e religiões em municípios pólo do Rio Grande do Sul, ao longo do ano de 2009.4) a realização do 2º Seminário Aids e Religião do Rio Grande do Sul no ano de 2010.5) a publicação do conjunto das contribuições e reflexões por nós elaboradas neste Seminário.6) a inclusão de ações e metas que dêem conta do tema Aids e Religião nos planejamentos de municípios e do Estado do Rio Grande do Sul, com o apoio do PNDSTAIDS.7) o mapeamento das ações que as diversas matrizes religiosas já estão realizando no estado do Rio Grande do Sul na prevenção e no apoio ao individuo com HIV/AIDS.MAIS importante do que nossas diferenças de crença e de tradição religiosa, afirmamos que nos une a luta em favor da qualidade de vida para todas as pessoas.REAFIRMAMOS queA VIDA É MAIS FORTE QUE A AIDS.DECIDIMOS encaminhar a presente carta ao Conselho Estadual de Saúde do Rio Grande do Sul, para que paute o tema da importância das diversas matrizes religiosas nas políticas de saúde, em uma de suas reuniões. Estimulamos que em cada município, do mesmo modo, se possa discutir o tema nos conselhos locais e junto aos gestores.Seguem as assinaturas de pessoas e instituições
sábado, 15 de novembro de 2008
I Seminário Religião e Aids
Postado por ASSOBECATY - Associação Beneficente Cultural Africana Templo de Yemanjá às 18:30
Marcadores: ossanha, religiosidade, saude
Assinar:
Postar comentários (Atom)
0 comentários:
Postar um comentário