Com a desastrada ação contra os habitantes-usuários da Cracolândia em São Paulo, o país, parece,acordou contra o Crack. O debate já saiu da esfera social e passou à esfera política. Vamos deixar a política de fora, já basta a desgraça das drogas.
De custo baixo, o Crack oferta alto índice de êxtase temporário, com lesões cerebrais,irreversíveis, que dificulta mais ainda a sua abstinência. Literalmente é a pior das drogas,como foi a heroína nos anos 70,cujo consumo foi consideravelmente diminuído, devido ao seu alto custo e ter que ser injetada na veia.
Ao largo do Crack, da Cocaína e da potencializada Maconha, passa sorrateira e socialmente aceita, a saborosa, barata e fácil de ser gelada, a Cerveja.
Essa bebida antes era amarga e tinha o inconveniente de ser em garrafas de vidro, por isso, só os mais velhos a aprovavam. Atualmente, colocaram açúcar e em práticas latas de alumínio que, além de baratas, são fácies de gelar.
A juventude embalada em esplêndida publicidade tornou-se público fácil de ser alienada. Cada vez mais no Carnaval,nos shows de Rock e os múltiplos Carnavais Fora de Época (Carna folia ou Micareta) conseguem mais adeptos dessa ´´inocente`` bebida.
Não há um único usuário do Crack que não tenha começado com cerveja ou outro tipo de bebida alcoólica. Sendo esse um ponto importante a ser colocado em debate. Afinal, todo problema ou doença - o uso de e qualquer substância química é uma doença - deve ser combatido a partir da sua origem.
A indústria da cerveja disponibiliza um milhão e 800 mil empregos e equivale a quase 2% do PIB nacional. São cifras expressivas mas, que, por isso mesmo, devem ser analisadas olhando a uma outra cifra ainda mais expressiva que é o alto custo com as vítimas do consumo dessas bebidas.E, não estamos falando do câncer, tendo como causa o uso da bebida alcoólica.
Vivemos atualmente,colhendo os frutos do excelente resultado da conscientização ao combate ao tabagismo. A indústria do tabaco também tinha expressivo número de trabalhadores,inclusive na zona rural, e, nem por isso, vivemos problemas com a diminuição dos seus lucros, pelo contrário,vivemos resultados positivos.Fumar hoje deixou de ser bonito,charmoso ou vigoroso.Fumar virou ser obsoleto e fora de moda.
Poderíamos, portanto, imitar a campanha anti-tabagismo, começando com o veto total à publicidade de qualquer bebida alcoólica e ao patrocínio por cervejarias ou similares, para qualquer tipo de festa ou evento. Melhor ainda, seria restringir o uso de bebida alcoólica depois da 00.00h em locais públicos. E no Carnaval? Só até a 00.00, também.
Não acabaríamos com o alcoolismo e nem com o uso de outras drogas, mas, com certeza, teríamos menos acidentes provocados por condutores alcoolizados,menos violência, menos absenteísmo e teríamos uma expressiva diminuição de habitantes nas Cracolândias de cada Estado da União. Afinal, a Cracolândia não é só em São Paulo.
Eduardo Leite
gastroajuda@hotmail.com
Postado por Eduardo Leite às 10:13 AM
1 comentários:
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Paulo Moraes disse...
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Caro Eduardo só queria fazer um debate sobre esta parte do seu texto.
"Poderíamos, portanto, imitar a campanha anti-tabagismo, começando com o veto total à publicidade de qualquer bebida alcoólica e ao patrocínio por cervejarias ou similares, para qualquer tipo de festa ou evento. Melhor ainda, seria restringir o uso de bebida alcoólica depois da 00.00h em locais públicos. E no Carnaval? Só até a 00.00, também."
Acho que combater a publicidade é uma ferramenta importante, mas a proibição do uso, mesmo que seja em um horário e em determinado local não funciona. A politica anti-tabagismo funciona muita mais pelas campanhas educacionais que pela nova lei anti-fumo. O Proibicionismo é um erro, temos é que educar e enfrentar a lógica capitalista que estra por trás. - Sábado, Janeiro 14, 2012 11:37:00 AM
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