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terça-feira, 31 de maio de 2011

II Curso “Encontros Temáticos em Saúde da população Negra”

11-05-2011 - NESIN dá Início ao IV Curso de Extensão em “Saúde dos Povos Indígenas” e II Curso “Encontros Temáticos em Saúde da população Negra”

O Núcleo de Educação em Saúde das Populações Indígena e Negra (NESIN), vinculado à Escola de Saúde Pública (ESP-SES), em parceria com Grupo Hospitalar Conceição (GHC), Departamento de Ações em Saúde da SES, Secretaria Municipal de Direitos Humanos Segurança Urbana da Prefeitura Municipal de Porto Alegre e Museu antropológico do Rio Grande do Sul, dá início ao IV Curso de Extensão em Saúde dos Povos Indígenas - “Encontros Temáticos em Saúde Indígena”, e II Curso “Encontros Temáticos em Saúde da população Negra”.

O curso – que já encontra em sua quarta edição na área indígena e segunda no de população negra – está estruturado em “rodas de conversação” que abordam temas relativos à cultura e à saúde dos Povos Indígenas e População Negra, e tem como objetivo aproximar estudantes, graduados, residentes, preceptores, docentes, gestores e trabalhadores de saúde com a temática da saúde indígena e negra, possibilitando trocas de experiências e conhecimentos, além de fomentar a discussão no contexto de diversidade e interculturalidade vividos pelos povos tais como o Guarani, Kaingang, Charrua e de Remanescentes de Quilombos, entre outros. Estes encontros recebem a participação de lideranças indígenas das diversas culturas, assim como de trabalhadores que atuam no subsistema de saúde indígena e negra e áreas afins, profissionais de diversas áreas de conhecimento e outros colaboradores que desenvolvem pesquisas e/ou projetos de intervenção junto a estes povos.

O NESIN visa fomentar e desenvolver atividades voltadas para a educação em saúde e produção de conhecimento na área de saúde das populações indígena e negra.

A aulas de abertura do ciclo de 2011 do curso de Saúde Indígena ocorrerá nos dia 27 de maio próximo, ministrada por Danilo Braga, membro do povo kaingang e licenciado em história, enquanto que no dia 30 acontece a de População Negra, com a presença de Walmir Pereira diretor do Museu Antropológico do Rio Grande do Sul, e Sandra Maciel, coordenadora estadual das Políticas Estaduais de Promoção da Igualdade Racial. Ambas as atividades iniciam às 13h 30min, na sala 04 da Escola de Saúde Pública (ESP/RS). A presença é por adesão e interesse pelo tema, com a inscrição realizada nas datas mencionadas acima. Os participantes que obtiverem presença a partir de 75% nos vários encontros terão direito a receber certificado de participação.

Assessoria de Comunicação – ESP

terça-feira, 24 de maio de 2011

O aborto através de uma abordagem sociológica

[http://www.ipas.org.br/arquivos/AbortoClandestino_AbordagemSociolagica.pdf]
Simone Mendes Carvalho
Graciele Oroski Paes
Joséte Luzia Leite
RESUMO

Esse estudo teve como principal objetivo analisar a experiência de mulheres jovens que recorreram ao aborto clandestino, visando contribuir para a melhoria dos serviços saúde reprodutiva na atenção primária à saúde, na perspectiva da integralidade e da promoção da saúde. Trata-se de uma pesquisa qualitativa que se fundamenta nas especificidades inerentes à pesquisa social, compatível com o tratamento do tema do abortamento clandestino em jovens como fenômeno social complexo. O aumento da fecundidade entre jovens e adolescentes e as práticas de abortamento inseguro, são fatores preocupantes na saúde reprodutiva desse grupo, principalmente quando ocorrem em situações sociais caracterizadas pelo desemprego, a baixa escolaridade e a pobreza, os quais geram situações de extrema vulnerabilidade. Entrevistas semi-estruturadas foram realizadas com 16 mulheres jovens de 18 a 29 anos que tinham recorrido ao aborto clandestino em algum momento de suas vidas, sendo referidas das unidades atendidas pelo Programa Saúde da Família do município de Cabo Frio – RJ. Os resultados dessa pesquisa mostraram uma rede vulnerável, entrelaçada por várias situações, dentre elas: a dificuldade financeira, a gravidez precoce, a instabilidade na relação com o parceiro bem como a dificuldade na tomada das decisões reprodutivas. A ocorrência dos casos de aborto foi maior em gravidezes resultantes de relações instáveis e com parceiros diferentes, num contexto de dificuldades financeiras, podendo este ser considerado como o fim da linha do processo da desfiliação, em contextos onde o desemprego e a pobreza fragilizam as relações familiares, e essas não conseguem ter sustentabilidade.
Clique aqui AbortoClandestino_AbordagemSociolagica.pdf (objeto application/pdf)

terça-feira, 17 de maio de 2011

Lei "matem os gays"de Uganda derrotada:

Lei "matem os gays"de Uganda derrotada:Lei "matem os gays"de Uganda derrotada:

Caros amigos,

Frank Mugisha e outros corajosos defensores dos direitos humanos entregando nossa petição ao parlamento ugandense logo antes de os líderes desistirem da lei de pena de morte a gays.

A lei homofóbica de Uganda caiu! Parecia que seria aprovada na semana passada, mas depois da petição com 1,6 milhão de assinaturas entregue ao parlamento, das dezenas de milhares de chamadas telefônicas para nossos governos, das centenas de reportagens na mídia sobre nossa campanha e de uma manifestação global massiva, os políticos ugandenses desistiram da lei!
Estava prestes a ser aprovada -- extremistas religiosos tentaram aprovar a lei na quarta-feira, e então concordaram com uma sessão de emergência sem precedentes na sexta-feira. Mas a cada vez, no espaço de algumas horas, nós reagimos. Um enorme parabéns a todo mundo que assinou, ligou, encaminhou e dooupara essa campanha -- com sua ajuda, milhares de pessoas inocentes na comunidade gay de Uganda não acordam nessa manhã enfrentando a execução apenas por causa de quem escolheram amar.
Frank Mugisha, um corajoso líder da comunidade gay em Uganda, enviou-nos essa mensagem:
"Corajosos ativistas LGBT ugandenses e milhões de pessoas ao redor do mundo ficaram juntos e enfrentaram essa horrenda lei homofóbica. O apoio da comunidade global Avaaz pesou na balança para evitar que essa lei fosse adiante. A solidariedade global fez uma enorme diferença."
O Alto Representante da Secretaria de Negócios Estrangeiros da União Europeia também escreveu para a Avaaz:
"Muito obrigado. Como vocês sabem, em grande parte graças ao lobby intensivo e esforço combinado de vocês, de outros representantes da sociedade civil, da União Europeia e outros governos, mais nossa delegação e embaixadas no local, a lei não foi apresentada ao parlamento esta manhã."
Essa luta não acabou. Os extremistas por trás dessa lei podem tentar novamente dentro de apenas 18 meses. Mas essa é a segunda vez que ajudamos a derrubar essa lei, e nós vamos continuar até que os propagadores do ódio desistam.
Transformar as causas mais profundas da ignorância e do ódio por trás da homofobia é uma batalha histórica e de longo prazo, uma das grandes causas da nossa geração. Mas Uganda tornou-se uma linha de frente nessa batalha, e um símbolo poderoso. A vitória lá ecoa através de muitos outros lugares em que a esperança é extremamente necessária, mostrando que bondade, amor, tolerância e respeito podem derrotar ódio e ignorância. Novamente, um enorme obrigado a todos que tornaram isso possível.
Com enorme gratidão e admiração por essa incrível comunidade,
Ricken, Emma, Iain, Alice, Giulia, Saloni e toda a equipe Avaaz.
Destaques na mídia:
Uganda adia votação de lei que prevê a pena de morte para homossexuais:
http://br.noticias.yahoo.com/uganda-adia-vota%C3%A7%C3%A3o-lei-prev%C3%AA-pena-morte-aos-215904319.html
em Inglês:
Lei homofóbica engavetada:
http://www.bbc.co.uk/news/world-africa-13392723
A resposta da Avaaz ao resultado no The Guardian:
http://www.guardian.co.uk/world/2011/may/13/uganda-anti-gay-bill-shelved
Presidente ugandense não apoiou a lei por causa da "crítica dos grupos de direitos humanos":
http://www.sfgate.com/cgi-bin/article.cgi?f=/n/a/2011/05/13/international/i042638D37.DTL
Lei homofóbica adiada em meio a nossa manifestação:
http://www.news24.com/Africa/News/Uganda-shelves-anti-gay-bill-20110513
Lei "matem os gays"de Uganda derrotada:
http://af.reuters.com/article/topNews/idAFJOE74C0HP20110513

Apoie a comunidade da Avaaz! Nós somos totalmente sustentados por doações de indivíduos, não aceitamos financiamento de governos ou empresas. Nossa equipe dedicada garante que até as menores doações sejam bem aproveitadas -- clique para doar.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

COMISSÃO DE ETNIAS DO CONSELHO ESTADUAL DE SAÚDE – RS 05/2011

 

COMISSÃO DE ETNIAS DO CONSELHO ESTADUAL DE SAÚDE – RS 05/2011

SAÚDE DA POPULAÇÃO NEGRA NO RS: uma dívida histórica, uma questão de

Cidadania e Direitos Humanos

6ª Conferência Estadual de Saúde – Município de Tramandaí – RS - 01 a 04/09/2011

Etapas Municipais de 01/04 a 15/07/2011

Tema: “TODOS USAM O SUS! SUS NA SEGURIDADE SOCIAL, POLÍTICA PÚBLICA, PATRIMÔNIO DO POVO BRASILEIRO”

Eixos: ACESSO E ACOLHIMENTO COM QUALIDADE – DESAFIO PARA O SUS:

- Política de saúde na seguridade social, segundo os princípios da integralidade, universalidade e

Equidade,

- Participação da comunidade e controle social,

- Gestão do SUS (financiamento; Pacto Pela Saúde e Relação Público x Privado; Gestão do sistema, do Trabalho e da Educação em Saúde)

2011 – DECLARAÇÃO DA ONU – “ANO DOS AFRAO-DESCENDENTES”

“IGUALDADE RACIAL! PRÁ JÁ!!!!”

“Lema - Secretaria Especial de Políticas de Promoção de Igualdade Racial” – Gestão Governo Dilma

PROPOSTAS DA COMISSÃO DE ETNIAS DO CONSELHO ESTADUAL DE SAÚDE PARA DEBATE NAS CONFERÊNCIAS MUNICIPAIS, ESTADUAL E NACIONAL NO QUE COUBER:

Os Membros das entidades que compõem a Comissão de Etnias do Conselho Estadual de Saúde (comunidade negra e povos indígenas) do RS saúdam os delegados e delegadas participantes da 6ª Conferência Estadual de Saúde do Rio Grande do Sul. A qual se realizará na cidade de Tramandaí, nos dias 01 a 04/09/2011, e aproveitam esta oportunidade para apresentar os objetivos e metas desta comissão.

Nosso desejo, nossa vontade política é pela reparação e o respeito à dignidade humana da população negra e indígena de nosso estado. Queremos "ser" sujeitos nas ações que visam à consolidação do SUS e seus princípios sob a ótica da promoção, proteção, prevenção e recuperação da saúde baseado em ações inclusivas concretas dessas populações vulneráveis do nosso estado, tendo em vista o racismo institucional como um construto social decorrente dos fatores históricos por todos conhecido. Portanto, como elementos reais de eliminação das iniqüidades em saúde, exigimos compromisso objetivo de todos os representantes dos três poderes com ações e políticas que priorizem de fato a atenção integral a essas populações, através dos Planos Plurianuais, Planos Municipais e Estadual de Saúde, Lei de Diretrizes Orçamentárias, Lei Orçamentárias Anuais, tanto no Estado como nos municípios, e no que couber a União.

Dessa forma, os gestores devem promover e investir em ações que viabilizem a assistência na rede de atenção à saúde do SUS, tal como anemia falciforme, hipertensão arterial, diabetes mellitus, câncer do colo de útero, mioma uterino, glaucoma, saúde mental (violência doméstica, álcool e drogas, depressão, idosos, acidentes de causas externas, lúpus e mal de chagas). Aplicando integralmente os recursos do CPMF no SUS.

Entendemos que a inexistência desses cuidados se configura em violência que se perpetua contra os negros e os povos indígenas desde a ocupação desse solo pelos Portugueses. O que a onda da modernidade chama rebuscadamente de “BULLING”. Disso nós entendemos, pois vivenciamos todos os dias. O preço é a vida!!!!!

Para tanto, queremos garantias de recursos financeiros no orçamento anual (recursos do tesouro do estado) da SES objetivando a implantação de ações em saúde específicas para a etnia negra e povos indígenas. E que a previsão e os repasses sejam regulares aos municípios, incluindo recursos para instalação, manutenção e alimentação permanente dos sistemas de registro de notificação de doenças e agravos (SIM/DATASUS, SINASC/DATASUS, SINAN/DATASUS, SIH, SAI, SIAB, SIST- Sistema de informação em saúde do trabalhador, Observatório de Violência). Oferecendo às comunidades negras e povos indígenas informações para ações que fortaleçam a auto- estima e a saúde coletiva de negros e povos indígenas a partir da sua integralidade, singularidade (homem, meio ambiente, Cosmovisão, território, ciência e tecnologia, ancestralidade e religiosidade), de modo a resgatar a essência ancestral.

Assim, objetivando efetivar o desenvolvimento de uma política pública de forma transversal baseada no reconhecimento da vulnerabilidade social com repercussão direta na segurança alimentar e nutricional das populações negras e quilombolas. Vimos por meio desta carta de apresentação colocar-nos à disposição para futuras parcerias com entidades da sociedade organizada, no intuito de ampliar a rede de trabalho que já existe nessa comissão.

Não basta ter serviços, unidades de saúde que funcionem precariamente, com falta de trabalhadores e sem estrutura, além de relações e condições de trabalho precário. Não é possível a existência de serviços decente com qualidade prestado por empresas privadas terceirizadas, que tem a doença como fator de lucro em detrimento da perseguição dos indicadores e metas que de fato elevem cada vez mais os direitos fundamentais dos seres humanos como um valor de não mercancia.

É nesse contexto que trazemos para debate com a sociedade um conjunto de proposições que contribuem para a mudança dessa realidade e que possam dessa forma, juntos construirmos, um país digno de

Dessa forma, pretendemos promover e investir em ações que viabilizem a assistência na rede de atenção à saúde do SUS, tal como anemia falciforme, hipertensão arterial, diabetes mellitus, câncer do colo de útero, mioma uterino, glaucoma, saúde mental (violência doméstica, álcool e drogas, depressão, idosos, acidentes de causas externas, lúpus e mal de chagas). Aplicando integralmente os recursos do CPMF no SUS.

Para tanto, pretendemos garantir recursos financeiros no orçamento anual da SES objetivando a implantação de ações em saúde específicas para a etnia negra, com o repasse regular aos municípios e a consolidação dos sistemas de registro de notificação de doenças e agravos (SIM/DATASUS, SINASC/DATASUS, SINAN/DATASUS, SIH, SAI, SIAB). Oferecendo às comunidades negras e indígenas ações e informações que fortaleçam a auto- estima e saúde de negros no intuito de pensar a saúde da população negra a partir da sua integralidade, aliando natureza-homem e seu cotidiano, de modo a resgatar a essência ancestral (religiosidade).

Assim, objetivando efetivar o desenvolvimento de uma política pública de forma transversal baseada no reconhecimento da vulnerabilidade social com repercussão direta na segurança alimentar e nutricional das populações negras e quilombolas. Vimos por meio desta carta de apresentação colocar-nos à disposição para futuras parcerias com entidades da sociedade organizada, no intuito de ampliar a rede de trabalho que já existe nessa comissão.

PROPOSTAS:

1 - Instituir imediatamente o quesito raça/cor em todos os documentos de identificação do usuário no SUS (estatal e privado), assim como, exigir de todos os conselhos de éticas de Pesquisa em Saúde exija esse quesito nas proposições de pesquisas acadêmicas de saúde, e que isso seja uma exigência do estado brasileiro para autorizar o funcionamento de qualquer dessas instâncias, tanto de aprovação de funcionamento e a provação de financiamento ou bolsa de estudo. Também é fundamental que a Vigilância epidemiológica do MS, dos Estados e dos municípios gere boletins epidemiológicos, no mínimo semestralmente com recorte de gênero/raça e etnias, conforme praticado pelo IBGE.

2 - O Estado e os municípios devem realizar ações de promoção, prevenção, proteção e assistência na rede de atenção à saúde da população negra e indígena no SUS, com principal atenção as doenças tais como: anemia falciforme, hipertensão arterial, diabetes mellitus, câncer do colo de útero, câncer de próstata, pré-natal, mioma uterino, glaucoma, saúde mental, violência doméstica, álcool e drogas, depressão, idosos, acidentes de causas externas, saúde da juventude negra, tuberculose, lúpus e mal de chagas, incidir para redução da mortalidade materno-infantil de mulheres e crianças negras e indígenas;

3 – A União, Estado e Municípios devem garantir recursos financeiros no Plano Plurianual, Lei de Diretrizes Orçamentárias, Lei Orçamentária Anual, assim como deliberação dos respectivos orçamentos dos Conselhos de Saúde, objetivando a implantação de ações em saúde específicas para a etnia negra e indígena, com repasses financeiros regulares aos estados, e esses aos municípios, e aos Conselhos de saúde;

4- Adotar urgentemente nos sistemas de registro de notificação de doenças e agravos (SIM/DATASUS, SINASC/DATASUS, SINAN/DATASUS, SIH, SAI, SIAB, Sistema de Informação em Saúde do Trabalhador, FIS - Ficha de Investigação de Suspeita, Observatório de Acidentes e Violência e outros), visando sua universalização junto a toda população brasileira, onde deve constar obrigatoriamente o quesito raça/cor. Que seja emitido no mínimo semestralmente um boletim epidemiológico no âmbito da gestão, onde conste recorte de gênero, raça/etnia;

5 - Construir uma política sob a ótica da promoção, proteção, prevenção e recuperação da saúde da população negra e indígena, em conformidade com o plano estadual de saúde e previsão orçamentária específica, em consonância com as políticas específicas e a proposta pela Política do Pacto Pela Vida, Pacto de Gestão e Pacto Pela Saúde;

6 - Promover durante o ano campanhas publicitárias de informação, conscientização e promoção em saúde com conteúdos específicos da população negra (Ex: Em agosto - anemia falciforme, março dia mundial contra todas as formas de racismo, maio mês “abolição da escravatura”, novembro – mês da Consciência Negra, Abril – Dia do Índio);

7. Planejar e executar a saúde da população negra e indígena a partir da sua integralidade, aliando natureza-homem, território e seu cotidiano, de modo a resgatar a essência ancestral (religiosidade), seus valores éticos, morais, culturais materiais e imateriais;

8. Capacitar continuamente os profissionais da saúde respeitando os valores éticos, étnicos, culturais, religiosos para que o atendimento aos grupos raciais (jovens, mulheres, PPD’S e livre orientação sexual, indígenas), seja efetivo dentro dos princípios do SUS, especialmente no que diz respeito à saúde mental (auto-estima), trabalhando a transgeracionalidade com as mulheres negras, homens negros, indígenas e a família;

9. Garantir a formulação juntamente com as comunidades negras e indígenas ações (seminários, cursos, palestras) e informações que fortaleçam a auto- estima e saúde de negros, trabalhando principalmente as questões relacionadas a álcool e drogas, assim como segurança alimentar;

10. Garantir verbas orçamentárias anuais nos orçamentos da União, Distrito Federal, Estados e Municípios. Recursos financeiros com valores substanciais, muito significativos, que garantam a implementação da saúde da população negra e indígenas, nos moldes de outras linhas de financiamento para outros grupos sociais e vários grupos de doenças, tendo como prioridade práticas transversais;

11 – Que os gestores de saúde, nos três níveis, assim como as instituições públicas de ensino e de fomento as pesquisas garantam percentual expressivo de recursos para o financiamento de pesquisa voltadas para a saúde da população negra e indígena (incluindo pesquisas nas áreas de células tronco para tratamento de portadores de anemia falciforme e estudo epidemiológico), prevendo a produção e publicação de documentos que contribuam para o acesso a informação sobre a saúde destas populações (Ex: publicação dos indicadores de raça e etnia).

12. Viabilizar a população negra de TODAS as idades (adultos e crianças), exames e diagnóstico do traço falciforme e anemia falciforme, além da triagem neonatal (teste do Pezinho), com ações de rastreamento, cadastramento, acompanhamento aos portadores de anemia falciforme (traço e doença), inclusive nas comunidades remanescentes de quilombos, através de avaliações clínicas e da realização do exame de eletroforese de hemoglobina. Este tema deve ser considerado como uma questão de saúde pública;

13.  Garantir aos usuários com anemia falciforme uma atenção integral à saúde digna, assim como a garantia do fornecimento das medicações e, ações de assistência farmacêutica com profissionais da rede do SUS capacitados para atender estes usuários, incluir na atenção à saúde o aconselhamento genético como rotina no SUS, formação específica urgente para profissionais de saúde na área de anemia falciforme;

14. Assegurar ao grupo afro falciforme uma política de direitos reprodutivos e planejamento familiar, livre de ameaça de esterilização, assim como para todas as mulheres negras assistidas pelo SUS e seus familiares (homens e mulheres);

15. Assegurar aos doentes falcêmicos e acompanhantes o acesso ao tratamento (agendamento de consultas em postos de saúde e/ou hospitais, medicação), bem como facilitar o deslocamento intermunicipal e interestadual destes doentes (passe-livre para a pessoa com a doença e familiar acompanhante); descentralizando, regionalizando atendimento de doentes falcêmicos tornando possível seu tratamento na sua cidade de origem, para evitar seu deslocamento intermunicipal e interestadual.

16. Criação de hospitais-dia como medida preventiva e de promoção da saúde evitando o uso de medicamentos que causam dependência – química (morfina), incluindo nessa linha de cuidado as pessoas com a doença falciforme, constituindo-se em uma rede de Hospitais de referência, incluindo-se também a capacitação das equipes de Atenção Domiciliar em Saúde;

17. Reconhecer, resgatar, garantir, proteger e promover estudos e pesquisas em relação à medicina tradicional, bem como inserir práticas seculares e milenares (vide acupuntura, capoeira, etc.) de saúde e as plantas fitoterápica junto ao SUS e demais órgãos de saúde (secretarias de saúde, etc.) e quanto tratamento de prevenção e também através das propriedades nutricionais das ervas como alimento;

18. Garantir ações específicas de combate a disseminação do HIV/AIDS/DST e a TUBERCULOSE junto à população afro-brasileira e, que este trabalho seja desenvolvido por equipes interdisciplinares com auxílio de grupos de adesão ao tratamento, ouvindo a comunidade negra;

19. Assegurar à continuidade ampliação das ações que levem a redução da mortalidade infantil de grupos étnicos em todo país, incluindo uma proposta de progressiva eliminação das desigualdades raciais neste indicador;

20. Promover a realização de campanhas e trabalho dentro da área de saúde pública que contribuam efetivamente, para elevação da auto-estima e para a redução da violência doméstica, homicídios e suicídios do grupo afro-brasileiro;

21. Garantir o acesso à saúde bucal nas comunidades quilombolas, negras, com campanhas de prevenção e tratamento;

22. Todo o trabalho realizado por qualquer esfera de governo, com financiamento público, e em qualquer instituição de governo, de pesquisa, ensino, que trabalhe com questões relacionadas à Saúde da População Negra e Indígena deve obrigatoriamente desenvolver parcerias com entidades da sociedade civil que estão trabalhando com questões específicas da população negra, assim como com os conselhos de saúde e sua comissão de etnias;

23. Assegurar que todos os projetos e ações referentes à saúde da população negra e indígena tenham a participação das instâncias de controle social, e em todos os órgãos de governo (Municipal, Estadual e Federal), como conselhos de saúde, CODENE/RS _ Conselho Estadual da Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra do RS, CONSELHO NACIONAL, ESTADUAL E MUNICIPAL DE PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL, envolvendo negros, negras e indígenas;

24. Inserir no artigo 6º da Constituição Brasileira de Direitos Humanos a alimentação adequada como condição indispensável para que se processe qualquer outro direito humano fundamental decorrente deste direito, a regulamentação deverá ocorrer através de uma lei orgânica de segurança alimentar e nutricional sustentável;

25. Realizar no ano de 2012 a 1ª CONFERÊNCIA ESTADUAL E MUNICIPAIS E/OU REGIONAIS DE SAÚDE DA POPULAÇÃO NEGRA DO RIO GRANDE DO SUL, através da SES em parceria com o CODENE, ASSEDISA, ESP, Ministério da Saúde, Universidades, constituindo uma rede da Saúde da População Negra no RS, articulado com o Conselho Nacional e promovido pelo Conselho Estadual de Saúde;

26. Fortalecer as ações que levem a redução da mortalidade infantil e materna em todo o país, incluindo a progressiva eliminação das desigualdades raciais. A União, Estado e Municípios devem efetivar uma política pública de forma transversal, tendo em vista o conhecimento da vulnerabilidade social e a repercussão direta na segurança alimentar e nutricional das populações negras e quilombolas;

27. Estabelecer estratégias de gestão que permita a efetivação das propostas apontadas no documento “Um grito pela equidade” e assumidas no Seminário Nacional de Saúde da População Negra;

28. Garantir políticas de ações afirmativas no Sistema de Saúde Pública e credenciados para a contratação de profissionais negros (as) como Técnicos (a)s de Enfermagem, enfermeira (o)s, psicólogos, assistentes sociais, dentistas, farmacêuticos, médicos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, químicos, bioquímicos, ACD, THD, ACS, recepcionistas, administrativos, motoristas, laboratoristas, e outros profissionais, garantindo recursos para capacitá-los ao exercício pleno da profissão, com estabelecimento de cotas nos concursos e seleção pública;

29 – Adotar cotas nos concursos públicos da SES e das Secretarias Municipais de Saúde para Afro-brasileiros em parceira com o CODENE, assim como cotas nos cursos de pós graduação, e Residências Integrada em Saúde financiada totalmente ou parcialmente pelo SUS;

30 – Efetivar ações de integração entre os serviços de atenção à saúde do SUS e as religiões de matriz africana, entendendo que milenarmente estas são produtoras de conhecimento, produtoras de cuidado em saúde, acolhimento, humanização, aconselhamento em saúde, conhecimento do uso das ervas, ou seja, espaços de produção de saúde no conceito ampliado de saúde,

31 – Que os organismos municipais, estaduais e nacionais de financiamento público de pesquisa em saúde, obrigatoriamente garantam no mínimo 30% do total dos recursos financeiros disponibilizados anualmente e aplicados, sejam para linhas de pesquisa que tenham como objeto principal a saúde da população negra e indígena;

32 – Que os organismos de estimulo e financiamento público em pesquisa em saúde nos municípios, nos estados e na união tenham nos seus conselhos no mínimo 50% de pesquisadores negros e indígenas, escolhidos e indicados pela representação do movimento negro e indígenas que compõem as Comissões de Etnias dos Conselhos Municipais, Estaduais e Nacional de saúde. Na falta dessas comissões, pelo pleno do Conselho de saúde respectivo;

33 – Que a capoeira seja incorporada no SUS como uma prática de promoção em saúde, devendo ser incorporada nas equipes de saúde de forma regular, considerando que essa é reconhecida como patrimônio da humanidade, e culturalmente diz respeito a mais da metade da população brasileira, notadamente, a população de pior IDH, reconhecidamente excluída e espoliada pelo racismo de seus valores civilizatórios da nação brasileira;

34 - Fomentar a Política Estadual de Atenção Integral à Saúde da População Negra e indígenas nas questões onde a vulnerabilidade social de alguns seguimentos étnicos é fator excludente e marginalizante nos municípios do Estado do RS. Ex: população negra,quilombola, indígena, cigana, entre outras;

35 - Incluir indicadores referentes a saúde da população negra e das demais etnias, bem como o quesito raça/cor nos relatórios, prontuários e formulários de saúde;

36 - Que as comissões dos conselhos não obedeçam as paridade, extinguindo-se as limitações quanto ao número de participante de entidades; prevalecendo o maior número de usuários interessados, e dentro da razoabilidade ponderada no caso e na ocasião oportuna, e que não seja mais uma obrigatoriedade a entidade ser assentada no conselho dando lhes autonomia sobre suas questões;

37 - Articulação e fortalecimento das ações de atenção às pessoas com doença falciforme, incluindo a reorganização, qualificação e humanização do processo de acolhimento no serviço de dispensação da assistência farmacêutica, contemplando a atenção diferenciada na internação com maior abrangência de informações sobre a doença nas urgências e emergências e educação permanente aos profissionais de saúde;

38 - Incluir o tema diversidade cultural, religiões de matriz africana e étnico racial, ao processo de formação e educação permanente dos trabalhadores do SUS, e dos conselheiros de saúde por meio do programa social com Promoção e Financiamento dos recursos repassados pelo Ministério da Saúde e recursos próprios da SES;

39 - Ações especificas para redução das disparidades étnicas raciais nas condições de saúde e nos agravos considerando-se as necessidades locoregionais, sobre tudo na mortalidade materna e infantil, e naquela provocada por causas violentas, doenças especificas como as falcêmicas, DST, Aids, TB, Hanseníase, Câncer de colo uterino de mama, e transtornos mentais, leptospirose, toxoplasmose dentre outras;

40 - Humanizar com qualificação e atenção a saúde da mulher negra, principalmente a quilombola, indígena e cigana respeitando suas especificidades e diversidade cultural, incluindo assistência ginecológica, obstétrica, no puerpério, climatério e em situação de abortamento nos Estados e Municípios, incorporando no pré-natal o exame de eletroforese de hemoglobina;

41 - Fortalecer a saúde integral da população negra e indígena em todas as fases do ciclo de vida, considerando as necessidades especificas de jovens, adolescentes e adultos em conflito com a lei, causada por sua situação sócio econômico desfavorável;

42 - Promoção do reconhecimento dos saberes e garantia das práticas populares de saúde, preservados pelas religiões de matriz africana nos estabelecimentos de saúde (hospitais, postos e outros).

Acrescentei a proposição trabalhada pelo grupo na última reunião da Comissão de Etnias do CES/RS do dia 11/05, e reelaborei com outros elementos importantes para nossa discussão e visibilidade.

Caso estejam de acordo vamos utilizar o documento e procuramos reproduzir algumas centenas.

Em relação a política para os povos indígenas se o Zico e os demais companheiros da Comissão quiserem acrescentar mais algum item, favor escrever o mais breve possível que acrescentaremos.

Um abraço fraterno a todos e todas!

Stênio Dias Pinto Rodrigues

16/05/2011

----- Mensagem encaminhada ----
De: vladimir duarte <medusametal@hotmail.com>
Para: medusametal47@yahoo.com.br
Enviadas: Quinta-feira, 19 de Maio de 2011 12:18:14
Assunto: FW: Segue documento de referência para debate nas conferência de saúde proposta pela Comissão de Etnias co Conselho Estadual de Saúde do RS

From: stenior@terra.com.br
To: dorabovary@ig.com.br; biancastock@gmail.com; ssch@terra.com.br; sandra.schmitt@saude.gov.br; angelicanh55@yahoo.com.br; berenicepereirars@yahoo.com.br; jacintokilombobage@yahoo.com.br; kaigang_vaz@yahoo.com.br; neidi_regina@yahoo.com.br; mtainarapsoares@gmail.com; instituto.kizomba@gmail.com; mocambo.poa@gmail.com; mariaa.silva@saude.gov.br; vanessa.girardi@saude.gov.br; anazumbi@gmail.com; cassangue@gmail.com; claudette13costa@bol.com.br; elianeluciafranco@yahoo.com.br; evamdp@ibest.com.br; chico1.correia@gmail.com; deusadalia@hotmail.com; zumbatoledo@gmail.com; jassrs@gmail.com; jass_rs@terra.com.br; cristinayami@terra.com.br; borboletafelizlu@hotmail.com; meloasan@gmail.com; instituto.kizomba@gmail.com.br; medusametal@hotmail.com; medusametal47@yahoo.com.br; neusa_agafal@hotmail.com; ocimar.duarte@gmail.com; osmarfranco07@yahoo.com.br; decamia1120@yahoo.com.br; sankesb1@hotmail.com; stenior@terra.com.br; stenio.rodrigues@saude.gov.br; cleci-lima@saude.rs.gov.br; zicowera@hotmail.com; sankesb@hotmail.com
Subject: Segue documento de referência para debate nas conferência de saúde proposta pela Comissão de Etnias co Conselho Estadual de Saúde do RS
Date: Sun, 15 May 2011 09:24:55 -0300

COMISSÃO DE ETNIAS DO CONSELHO ESTADUAL DE SAÚDE – RS 05/2011

SAÚDE DA POPULAÇÃO NEGRA NO RS: uma dívida histórica, uma questão de

Cidadania e Direitos Humanos

6ª Conferência Estadual de Saúde – Município de Tramandaí – RS - 01 a 04/09/2011

Etapas Municipais de 01/04 a 15/07/2011

Tema: “TODOS USAM O SUS! SUS NA SEGURIDADE SOCIAL, POLÍTICA PÚBLICA, PATRIMÔNIO DO POVO BRASILEIRO”

Eixos: ACESSO E ACOLHIMENTO COM QUALIDADE – DESAFIO PARA O SUS:

- Política de saúde na seguridade social, segundo os princípios da integralidade, universalidade e

Equidade,

- Participação da comunidade e controle social,

- Gestão do SUS (financiamento; Pacto Pela Saúde e Relação Público x Privado; Gestão do sistema, do Trabalho e da Educação em Saúde)

2011 – DECLARAÇÃO DA ONU – “ANO DOS AFRAO-DESCENDENTES”

“IGUALDADE RACIAL! PRÁ JÁ!!!!”

“Lema - Secretaria Especial de Políticas de Promoção de Igualdade Racial” – Gestão Governo Dilma

PROPOSTAS DA COMISSÃO DE ETNIAS DO CONSELHO ESTADUAL DE SAÚDE PARA DEBATE NAS CONFERÊNCIAS MUNICIPAIS, ESTADUAL E NACIONAL NO QUE COUBER:

Os Membros das entidades que compõem a Comissão de Etnias do Conselho Estadual de Saúde (comunidade negra e povos indígenas) do RS saúdam os delegados e delegadas participantes da 6ª Conferência Estadual de Saúde do Rio Grande do Sul. A qual se realizará na cidade de Tramandaí, nos dias 01 a 04/09/2011, e aproveitam esta oportunidade para apresentar os objetivos e metas desta comissão.

Nosso desejo, nossa vontade política é pela reparação e o respeito à dignidade humana da população negra e indígena de nosso estado. Queremos "ser" sujeitos nas ações que visam à consolidação do SUS e seus princípios sob a ótica da promoção, proteção, prevenção e recuperação da saúde baseado em ações inclusivas concretas dessas populações vulneráveis do nosso estado, tendo em vista o racismo institucional como um construto social decorrente dos fatores históricos por todos conhecido. Portanto, como elementos reais de eliminação das iniqüidades em saúde, exigimos compromisso objetivo de todos os representantes dos três poderes com ações e políticas que priorizem de fato a atenção integral a essas populações, através dos Planos Plurianuais, Planos Municipais e Estadual de Saúde, Lei de Diretrizes Orçamentárias, Lei Orçamentárias Anuais, tanto no Estado como nos municípios, e no que couber a União.

Dessa forma, os gestores devem promover e investir em ações que viabilizem a assistência na rede de atenção à saúde do SUS, tal como anemia falciforme, hipertensão arterial, diabetes mellitus, câncer do colo de útero, mioma uterino, glaucoma, saúde mental (violência doméstica, álcool e drogas, depressão, idosos, acidentes de causas externas, lúpus e mal de chagas). Aplicando integralmente os recursos do CPMF no SUS.

Entendemos que a inexistência desses cuidados se configura em violência que se perpetua contra os negros e os povos indígenas desde a ocupação desse solo pelos Portugueses. O que a onda da modernidade chama rebuscadamente de “BULLING”. Disso nós entendemos, pois vivenciamos todos os dias. O preço é a vida!!!!!

Para tanto, queremos garantias de recursos financeiros no orçamento anual (recursos do tesouro do estado) da SES objetivando a implantação de ações em saúde específicas para a etnia negra e povos indígenas. E que a previsão e os repasses sejam regulares aos municípios, incluindo recursos para instalação, manutenção e alimentação permanente dos sistemas de registro de notificação de doenças e agravos (SIM/DATASUS, SINASC/DATASUS, SINAN/DATASUS, SIH, SAI, SIAB, SIST- Sistema de informação em saúde do trabalhador, Observatório de Violência). Oferecendo às comunidades negras e povos indígenas informações para ações que fortaleçam a auto- estima e a saúde coletiva de negros e povos indígenas a partir da sua integralidade, singularidade (homem, meio ambiente, Cosmovisão, território, ciência e tecnologia, ancestralidade e religiosidade), de modo a resgatar a essência ancestral.

Assim, objetivando efetivar o desenvolvimento de uma política pública de forma transversal baseada no reconhecimento da vulnerabilidade social com repercussão direta na segurança alimentar e nutricional das populações negras e quilombolas. Vimos por meio desta carta de apresentação colocar-nos à disposição para futuras parcerias com entidades da sociedade organizada, no intuito de ampliar a rede de trabalho que já existe nessa comissão.

Não basta ter serviços, unidades de saúde que funcionem precariamente, com falta de trabalhadores e sem estrutura, além de relações e condições de trabalho precário. Não é possível a existência de serviços decente com qualidade prestado por empresas privadas terceirizadas, que tem a doença como fator de lucro em detrimento da perseguição dos indicadores e metas que de fato elevem cada vez mais os direitos fundamentais dos seres humanos como um valor de não mercancia.

É nesse contexto que trazemos para debate com a sociedade um conjunto de proposições que contribuem para a mudança dessa realidade e que possam dessa forma, juntos construirmos, um país digno de

Dessa forma, pretendemos promover e investir em ações que viabilizem a assistência na rede de atenção à saúde do SUS, tal como anemia falciforme, hipertensão arterial, diabetes mellitus, câncer do colo de útero, mioma uterino, glaucoma, saúde mental (violência doméstica, álcool e drogas, depressão, idosos, acidentes de causas externas, lúpus e mal de chagas). Aplicando integralmente os recursos do CPMF no SUS.

Para tanto, pretendemos garantir recursos financeiros no orçamento anual da SES objetivando a implantação de ações em saúde específicas para a etnia negra, com o repasse regular aos municípios e a consolidação dos sistemas de registro de notificação de doenças e agravos (SIM/DATASUS, SINASC/DATASUS, SINAN/DATASUS, SIH, SAI, SIAB). Oferecendo às comunidades negras e indígenas ações e informações que fortaleçam a auto- estima e saúde de negros no intuito de pensar a saúde da população negra a partir da sua integralidade, aliando natureza-homem e seu cotidiano, de modo a resgatar a essência ancestral (religiosidade).

Assim, objetivando efetivar o desenvolvimento de uma política pública de forma transversal baseada no reconhecimento da vulnerabilidade social com repercussão direta na segurança alimentar e nutricional das populações negras e quilombolas. Vimos por meio desta carta de apresentação colocar-nos à disposição para futuras parcerias com entidades da sociedade organizada, no intuito de ampliar a rede de trabalho que já existe nessa comissão.

PROPOSTAS:

1 - Instituir imediatamente o quesito raça/cor em todos os documentos de identificação do usuário no SUS (estatal e privado), assim como, exigir de todos os conselhos de éticas de Pesquisa em Saúde exija esse quesito nas proposições de pesquisas acadêmicas de saúde, e que isso seja uma exigência do estado brasileiro para autorizar o funcionamento de qualquer dessas instâncias, tanto de aprovação de funcionamento e a provação de financiamento ou bolsa de estudo. Também é fundamental que a Vigilância epidemiológica do MS, dos Estados e dos municípios gere boletins epidemiológicos, no mínimo semestralmente com recorte de gênero/raça e etnias, conforme praticado pelo IBGE.

2 - O Estado e os municípios devem realizar ações de promoção, prevenção, proteção e assistência na rede de atenção à saúde da população negra e indígena no SUS, com principal atenção as doenças tais como: anemia falciforme, hipertensão arterial, diabetes mellitus, câncer do colo de útero, câncer de próstata, pré-natal, mioma uterino, glaucoma, saúde mental, violência doméstica, álcool e drogas, depressão, idosos, acidentes de causas externas, saúde da juventude negra, tuberculose, lúpus e mal de chagas, incidir para redução da mortalidade materno-infantil de mulheres e crianças negras e indígenas;

3 – A União, Estado e Municípios devem garantir recursos financeiros no Plano Plurianual, Lei de Diretrizes Orçamentárias, Lei Orçamentária Anual, assim como deliberação dos respectivos orçamentos dos Conselhos de Saúde, objetivando a implantação de ações em saúde específicas para a etnia negra e indígena, com repasses financeiros regulares aos estados, e esses aos municípios, e aos Conselhos de saúde;

4- Adotar urgentemente nos sistemas de registro de notificação de doenças e agravos (SIM/DATASUS, SINASC/DATASUS, SINAN/DATASUS, SIH, SAI, SIAB, Sistema de Informação em Saúde do Trabalhador, FIS - Ficha de Investigação de Suspeita, Observatório de Acidentes e Violência e outros), visando sua universalização junto a toda população brasileira, onde deve constar obrigatoriamente o quesito raça/cor. Que seja emitido no mínimo semestralmente um boletim epidemiológico no âmbito da gestão, onde conste recorte de gênero, raça/etnia;

5 - Construir uma política sob a ótica da promoção, proteção, prevenção e recuperação da saúde da população negra e indígena, em conformidade com o plano estadual de saúde e previsão orçamentária específica, em consonância com as políticas específicas e a proposta pela Política do Pacto Pela Vida, Pacto de Gestão e Pacto Pela Saúde;

6 - Promover durante o ano campanhas publicitárias de informação, conscientização e promoção em saúde com conteúdos específicos da população negra (Ex: Em agosto - anemia falciforme, março dia mundial contra todas as formas de racismo, maio mês “abolição da escravatura”, novembro – mês da Consciência Negra, Abril – Dia do Índio);

7. Planejar e executar a saúde da população negra e indígena a partir da sua integralidade, aliando natureza-homem, território e seu cotidiano, de modo a resgatar a essência ancestral (religiosidade), seus valores éticos, morais, culturais materiais e imateriais;

8. Capacitar continuamente os profissionais da saúde respeitando os valores éticos, étnicos, culturais, religiosos para que o atendimento aos grupos raciais (jovens, mulheres, PPD’S e livre orientação sexual, indígenas), seja efetivo dentro dos princípios do SUS, especialmente no que diz respeito à saúde mental (auto-estima), trabalhando a transgeracionalidade com as mulheres negras, homens negros, indígenas e a família;

9. Garantir a formulação juntamente com as comunidades negras e indígenas ações (seminários, cursos, palestras) e informações que fortaleçam a auto- estima e saúde de negros, trabalhando principalmente as questões relacionadas a álcool e drogas, assim como segurança alimentar;

10. Garantir verbas orçamentárias anuais nos orçamentos da União, Distrito Federal, Estados e Municípios. Recursos financeiros com valores substanciais, muito significativos, que garantam a implementação da saúde da população negra e indígenas, nos moldes de outras linhas de financiamento para outros grupos sociais e vários grupos de doenças, tendo como prioridade práticas transversais;

11 – Que os gestores de saúde, nos três níveis, assim como as instituições públicas de ensino e de fomento as pesquisas garantam percentual expressivo de recursos para o financiamento de pesquisa voltadas para a saúde da população negra e indígena (incluindo pesquisas nas áreas de células tronco para tratamento de portadores de anemia falciforme e estudo epidemiológico), prevendo a produção e publicação de documentos que contribuam para o acesso a informação sobre a saúde destas populações (Ex: publicação dos indicadores de raça e etnia).

12. Viabilizar a população negra de TODAS as idades (adultos e crianças), exames e diagnóstico do traço falciforme e anemia falciforme, além da triagem neonatal (teste do Pezinho), com ações de rastreamento, cadastramento, acompanhamento aos portadores de anemia falciforme (traço e doença), inclusive nas comunidades remanescentes de quilombos, através de avaliações clínicas e da realização do exame de eletroforese de hemoglobina. Este tema deve ser considerado como uma questão de saúde pública;

13.  Garantir aos usuários com anemia falciforme uma atenção integral à saúde digna, assim como a garantia do fornecimento das medicações e, ações de assistência farmacêutica com profissionais da rede do SUS capacitados para atender estes usuários, incluir na atenção à saúde o aconselhamento genético como rotina no SUS, formação específica urgente para profissionais de saúde na área de anemia falciforme;

14. Assegurar ao grupo afro falciforme uma política de direitos reprodutivos e planejamento familiar, livre de ameaça de esterilização, assim como para todas as mulheres negras assistidas pelo SUS e seus familiares (homens e mulheres);

15. Assegurar aos doentes falcêmicos e acompanhantes o acesso ao tratamento (agendamento de consultas em postos de saúde e/ou hospitais, medicação), bem como facilitar o deslocamento intermunicipal e interestadual destes doentes (passe-livre para a pessoa com a doença e familiar acompanhante); descentralizando, regionalizando atendimento de doentes falcêmicos tornando possível seu tratamento na sua cidade de origem, para evitar seu deslocamento intermunicipal e interestadual.

16. Criação de hospitais-dia como medida preventiva e de promoção da saúde evitando o uso de medicamentos que causam dependência – química (morfina), incluindo nessa linha de cuidado as pessoas com a doença falciforme, constituindo-se em uma rede de Hospitais de referência, incluindo-se também a capacitação das equipes de Atenção Domiciliar em Saúde;

17. Reconhecer, resgatar, garantir, proteger e promover estudos e pesquisas em relação à medicina tradicional, bem como inserir práticas seculares e milenares (vide acupuntura, capoeira, etc.) de saúde e as plantas fitoterápica junto ao SUS e demais órgãos de saúde (secretarias de saúde, etc.) e quanto tratamento de prevenção e também através das propriedades nutricionais das ervas como alimento;

18. Garantir ações específicas de combate a disseminação do HIV/AIDS/DST e a TUBERCULOSE junto à população afro-brasileira e, que este trabalho seja desenvolvido por equipes interdisciplinares com auxílio de grupos de adesão ao tratamento, ouvindo a comunidade negra;

19. Assegurar à continuidade ampliação das ações que levem a redução da mortalidade infantil de grupos étnicos em todo país, incluindo uma proposta de progressiva eliminação das desigualdades raciais neste indicador;

20. Promover a realização de campanhas e trabalho dentro da área de saúde pública que contribuam efetivamente, para elevação da auto-estima e para a redução da violência doméstica, homicídios e suicídios do grupo afro-brasileiro;

21. Garantir o acesso à saúde bucal nas comunidades quilombolas, negras, com campanhas de prevenção e tratamento;

22. Todo o trabalho realizado por qualquer esfera de governo, com financiamento público, e em qualquer instituição de governo, de pesquisa, ensino, que trabalhe com questões relacionadas à Saúde da População Negra e Indígena deve obrigatoriamente desenvolver parcerias com entidades da sociedade civil que estão trabalhando com questões específicas da população negra, assim como com os conselhos de saúde e sua comissão de etnias;

23. Assegurar que todos os projetos e ações referentes à saúde da população negra e indígena tenham a participação das instâncias de controle social, e em todos os órgãos de governo (Municipal, Estadual e Federal), como conselhos de saúde, CODENE/RS _ Conselho Estadual da Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra do RS, CONSELHO NACIONAL, ESTADUAL E MUNICIPAL DE PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL, envolvendo negros, negras e indígenas;

24. Inserir no artigo 6º da Constituição Brasileira de Direitos Humanos a alimentação adequada como condição indispensável para que se processe qualquer outro direito humano fundamental decorrente deste direito, a regulamentação deverá ocorrer através de uma lei orgânica de segurança alimentar e nutricional sustentável;

25. Realizar no ano de 2012 a 1ª CONFERÊNCIA ESTADUAL E MUNICIPAIS E/OU REGIONAIS DE SAÚDE DA POPULAÇÃO NEGRA DO RIO GRANDE DO SUL, através da SES em parceria com o CODENE, ASSEDISA, ESP, Ministério da Saúde, Universidades, constituindo uma rede da Saúde da População Negra no RS, articulado com o Conselho Nacional e promovido pelo Conselho Estadual de Saúde;

26. Fortalecer as ações que levem a redução da mortalidade infantil e materna em todo o país, incluindo a progressiva eliminação das desigualdades raciais. A União, Estado e Municípios devem efetivar uma política pública de forma transversal, tendo em vista o conhecimento da vulnerabilidade social e a repercussão direta na segurança alimentar e nutricional das populações negras e quilombolas;

27. Estabelecer estratégias de gestão que permita a efetivação das propostas apontadas no documento “Um grito pela equidade” e assumidas no Seminário Nacional de Saúde da População Negra;

28. Garantir políticas de ações afirmativas no Sistema de Saúde Pública e credenciados para a contratação de profissionais negros (as) como Técnicos (a)s de Enfermagem, enfermeira (o)s, psicólogos, assistentes sociais, dentistas, farmacêuticos, médicos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, químicos, bioquímicos, ACD, THD, ACS, recepcionistas, administrativos, motoristas, laboratoristas, e outros profissionais, garantindo recursos para capacitá-los ao exercício pleno da profissão, com estabelecimento de cotas nos concursos e seleção pública;

29 – Adotar cotas nos concursos públicos da SES e das Secretarias Municipais de Saúde para Afro-brasileiros em parceira com o CODENE, assim como cotas nos cursos de pós graduação, e Residências Integrada em Saúde financiada totalmente ou parcialmente pelo SUS;

30 – Efetivar ações de integração entre os serviços de atenção à saúde do SUS e as religiões de matriz africana, entendendo que milenarmente estas são produtoras de conhecimento, produtoras de cuidado em saúde, acolhimento, humanização, aconselhamento em saúde, conhecimento do uso das ervas, ou seja, espaços de produção de saúde no conceito ampliado de saúde,

31 – Que os organismos municipais, estaduais e nacionais de financiamento público de pesquisa em saúde, obrigatoriamente garantam no mínimo 30% do total dos recursos financeiros disponibilizados anualmente e aplicados, sejam para linhas de pesquisa que tenham como objeto principal a saúde da população negra e indígena;

32 – Que os organismos de estimulo e financiamento público em pesquisa em saúde nos municípios, nos estados e na união tenham nos seus conselhos no mínimo 50% de pesquisadores negros e indígenas, escolhidos e indicados pela representação do movimento negro e indígenas que compõem as Comissões de Etnias dos Conselhos Municipais, Estaduais e Nacional de saúde. Na falta dessas comissões, pelo pleno do Conselho de saúde respectivo;

33 – Que a capoeira seja incorporada no SUS como uma prática de promoção em saúde, devendo ser incorporada nas equipes de saúde de forma regular, considerando que essa é reconhecida como patrimônio da humanidade, e culturalmente diz respeito a mais da metade da população brasileira, notadamente, a população de pior IDH, reconhecidamente excluída e espoliada pelo racismo de seus valores civilizatórios da nação brasileira;

34 - Fomentar a Política Estadual de Atenção Integral à Saúde da População Negra e indígenas nas questões onde a vulnerabilidade social de alguns seguimentos étnicos é fator excludente e marginalizante nos municípios do Estado do RS. Ex: população negra,quilombola, indígena, cigana, entre outras;

35 - Incluir indicadores referentes a saúde da população negra e das demais etnias, bem como o quesito raça/cor nos relatórios, prontuários e formulários de saúde;

36 - Que as comissões dos conselhos não obedeçam as paridade, extinguindo-se as limitações quanto ao número de participante de entidades; prevalecendo o maior número de usuários interessados, e dentro da razoabilidade ponderada no caso e na ocasião oportuna, e que não seja mais uma obrigatoriedade a entidade ser assentada no conselho dando lhes autonomia sobre suas questões;

37 - Articulação e fortalecimento das ações de atenção às pessoas com doença falciforme, incluindo a reorganização, qualificação e humanização do processo de acolhimento no serviço de dispensação da assistência farmacêutica, contemplando a atenção diferenciada na internação com maior abrangência de informações sobre a doença nas urgências e emergências e educação permanente aos profissionais de saúde;

38 - Incluir o tema diversidade cultural, religiões de matriz africana e étnico racial, ao processo de formação e educação permanente dos trabalhadores do SUS, e dos conselheiros de saúde por meio do programa social com Promoção e Financiamento dos recursos repassados pelo Ministério da Saúde e recursos próprios da SES;

39 - Ações especificas para redução das disparidades étnicas raciais nas condições de saúde e nos agravos considerando-se as necessidades locoregionais, sobre tudo na mortalidade materna e infantil, e naquela provocada por causas violentas, doenças especificas como as falcêmicas, DST, Aids, TB, Hanseníase, Câncer de colo uterino de mama, e transtornos mentais, leptospirose, toxoplasmose dentre outras;

40 - Humanizar com qualificação e atenção a saúde da mulher negra, principalmente a quilombola, indígena e cigana respeitando suas especificidades e diversidade cultural, incluindo assistência ginecológica, obstétrica, no puerpério, climatério e em situação de abortamento nos Estados e Municípios, incorporando no pré-natal o exame de eletroforese de hemoglobina;

41 - Fortalecer a saúde integral da população negra e indígena em todas as fases do ciclo de vida, considerando as necessidades especificas de jovens, adolescentes e adultos em conflito com a lei, causada por sua situação sócio econômico desfavorável;

42 - Promoção do reconhecimento dos saberes e garantia das práticas populares de saúde, preservados pelas religiões de matriz africana nos estabelecimentos de saúde (hospitais, postos e outros).

Acrescentei a proposição trabalhada pelo grupo na última reunião da Comissão de Etnias do CES/RS do dia 11/05, e reelaborei com outros elementos importantes para nossa discussão e visibilidade.

Caso estejam de acordo vamos utilizar o documento e procuramos reproduzir algumas centenas.

Em relação a política para os povos indígenas se o Zico e os demais companheiros da Comissão quiserem acrescentar mais algum item, favor escrever o mais breve possível que acrescentaremos.

Um abraço fraterno a todos e todas!

Stênio Dias Pinto Rodrigues

16/05/2011

Movimentos Sociais e Saúde Hoje: Novos tempos, novas Necessidades , novas estratégias


[http://www4.ensp.fiocruz.br/biblioteca/home/exibedetalhesBiblioteca.cfm?ID=12242&tipo=B]

Movimentos sociais e saúde hoje: novos tempos, novas necessidades, novas estratégias - Mª Inês S. Bravo
Palestra proferida por Maria Inês Souza Bravo, professora da Faculdade de Serviço Social da Uerj, durante o Ciclo de Debates - Conversando sobre a Estratégia de Saúde da Família, realizada no Auditório Térreo da ENSP no dia 9 de maio de 2011. A atividade contou ainda com a participação do vice-diretor da Escola de Governo em Saúde, Marcelo Rasga Moreira, como debatedor da palestra e teve a coordenação do pesquisador da ENSP, Eduardo Stotz.
A professora destacou que a saúde é um componente fundamental da democracia por ser determinada por um conjunto de direitos como também por ter potencial revolucionário e de consenso.
Arquivo disponível para leitura, audição e/ou download aqui
Dando início às atividades da sétima edição do Ciclo de Debates - Conversando sobre a Estratégia de Saúde da Família - nessa segunda (9/5), no auditório térreo da ENSP, a professora da Faculdade de Serviço Social da Uerj, Maria Inês Souza Bravo, abordou o temaMovimentos sociais e saúde hoje: novos tempos, novas necessidades, novas estratégias. A professora destacou que a saúde é um componente fundamental da democracia, uma vez que é determinada por um conjunto de direitos, como também pelo potencial revolucionário e de consenso. A atividade contou ainda com a participação do vice-diretor da Escola de Governo em Saúde, Marcelo Rasga, como debatedor da palestra, e coordenação do pesquisador da ENSP, Eduardo Stotz.
Maria Inês iniciou o debate abordando dois pontos fundamentais: o potencial revolucionário e o consenso. O primeiro é destacado pelo fato da saúde se constituir em um campo privilegiado da luta de classe em que se chocam as concepções de vida das diferentes classes sociais. Já o consenso pode unir um conjunto de forças para empreender lutas para a sua conquista. Para Inês, a distribuição desse direito é motivo de dissenso. "Com base nesta concepção, destaca-se a importância das lutas dos movimentos sociais", citou a professora.
Em seguida, Inês contextualizou a luta pela saúde na abertura política. Segundo ela, partir da década de 90, consolida-se uma direção política das classes dominantes no processo de enfrentamento da crise brasileira, tendo como estratégias do grande capital a acirrada crítica às conquistas sociais da Constituição de 1988 e a construção de uma cultura persuasiva para difundir e tornar universal sua visão do mundo. A professora destacou também a participação dos movimentos sociais e a saúde a partir da década de 90. "Houve uma fragilização das lutas sociais como uma atitude defensiva dos movimentos sociais, tornando assim um campo propício para as tendências neocorporativas e individualistas", afirmou.
A professora ressaltou ainda as condições históricas que demarcam o debate atual dos Conselhos, que, segundo ela, "são mecanismos de democratização do poder na perspectiva de estabelecer novas bases de relação Estado-Sociedade, e a introdução de novos sujeitos políticos, além de inovar na Gestão das Políticas Sociais, tem a finalidade de estabelecer parâmetros de interesse público para o governo (os conselhos não governam), exigindo a democratização das informações e transparência no processo governamental". Inês citou algumas proposições para o fortalecimento dos conselhos, como a articulação entre os diferentes sujeitos que atuam neles, por meio da criação de Fóruns de Políticas Sociais nos estados e municípios, e a articulação entre os diversos conselhos de política e de direitos na elaboração das propostas, a fim de evitar a fragmentação e segmentação das políticas públicas.
Por fim, Inês apontou que "na atual conjuntura, é fundamental a articulação nacional através da Frente entre os diversos Fóruns de Saúde, com vistas à construção de um espaço que fomente a resistência às medidas regressivas e aos direitos sociais, e contribua para a construção de uma mobilização em torno da viabilização do Projeto de Reforma Sanitária, construído nos anos 80 no Brasil, tendo como horizonte a emancipação humana", concluiu.

Desafios atuais dos movimentos sindicais
Dando continuidade ao tema proposto para o debate, o vice-diretor da Escola de Governo em Saúde da ENSP, Marcelo Rasga, pontuou desafios para os movimentos sociais na atualidade. Segundo ele, "para chegar ao socialismo, é necessária a radicalização da democracia, pois só assim teremos uma sociedade mais justa". Dentre os desafios apontados pelo vice-diretor para a radicalização da democracia, é fundamental aumentar a participação da sociedade na formulação das políticas públicas.
De acordo com o professor, os conselhos de saúde têm extrema importância, pois atuam no campo da formulação das políticas públicas. Porém a questão de terem participação não resolve todos os problemas, pois é fundamental a integração de várias ações. "Hoje podemos com força de lei entrar e participar; podemos radicalizar a democracia se investirmos em nossa participação por meio dos conselhos de saúde. Os movimentos sindicais têm que exigir a melhora do Sistema Único de Saúde", enfatizou o vice-diretor.
Em seguida, Marcelo apontou que é fundamental saber o que são os movimentos sociais claramente na atualidade. "Nos dias de hoje, os movimentos sociais não são mais o que eram há 20 anos, hoje eles são múltiplos, diversos e têm atuação para dividir os espaços dos Conselhos de Saúde com a sociedade", afirmou. O vice-diretor destacou também que é importante saber, nos dias de hoje, quem é a favor da saúde como direito do cidadão. Segundo ele, precisamos ter claro quem são os movimentos que veem o SUS como direito universal, pois assim o movimento sanitário pode se aproximar e se articular. Por fim, o professor destacou que "os movimentos sociais devem discutir, fazer e formular políticas públicas, pois apenas assim conseguiremos radicalizar a democracia e chegar ao socialismo, oferecendo uma sociedade mais justa e digna para todos".
Fontes: Informativo ENSP  e  ENPS - Biblioteca Multimídia - Temas

Curas que Matam


CAMPANHA “CURAS QUE MATAM”
Uma vida sem discriminação é um direito

Em 17 de maio de 1990, a Organização Mundial da Saúde (OMS) excluiu a homossexualidade da “Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde”. Por isso, todos os anos celebra-se nesta data o Dia Internacional contra a Homofobia, Lesbofobia e Transfobia. Apesar da transexualidade ainda figurar neste manual como uma disforia de gênero, em muitos países o consenso médico afirma que às pessoas trans deve-se assegurar o tratamento para que o corpo se adeque à sua percepção de gênero. A OMS e o sistema internacional de direitos humanos também desautorizam qualquer tipo de tratamento que proponha a cura da homossexualidade.

Apesar disso, no mundo inteiro e em distintos contextos sociais e culturais da América Latina e do Caribe, a cada ano se multiplicam os casos de pessoas internadas em instituições chamadas de “clínicas psiquiátricas” endossadas e/ou mantidas por certas instituições religiosas e até públicas. O desejo sexual por outras pessoas do mesmo sexo ou sua percepção de gênero diversa são considerados por estas instituições e quem as mantém como um “desvio de personalidade” que pode ser “corrigido” através do perdão e de crenças religiosas, o que se alcança por meio do castigo, tortura física e psicológica.

Não conseguindo “curar” seu desejo, os sentimentos de culpa e baixa auto-estima em muitos casos desencadeiam comportamentos autodestrutivos, podendo chegar inclusive ao suicídio. Jovens e adolescentes são as pessoas mais vulneráveis a isso. Este tipo de iniciativas, baseadas geralmente em premissas religiosas, incentivam e propiciam agressões verbais, físicas e até o homicídio de pessoas por causa de sua orientação sexual e/ou identidade de gênero. Todas estas são mortes evitáveis a que os Estados devem dedicar atenção e tomar medidas de prevenção.

A homossexualidade, a lesbianidade e a transexualidade são expressões da diversidade humana e estão protegidas pelos princípios de liberdade, igualdade e dignidade humana reconhecidos na Declaração Universal de Direitos Humanos e outros instrumentos internacionais. No entanto, o discurso intolerante do fundamentalismo e do integrismo vem ocupando cada vez mais espaço onde se deveria atuar com base no princípio da laicidade, ou seja, os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário. Desta maneira, influenciam decisões que deveriam atender a princípios do Direito e normas estabelecidas nos níveis internacional, nacional e local, e não aos livros sagrados de uma ou outra religião, por mais majoritária que esta seja.

Nós que apoiamos a campanha “CURAS QUE MATAM” nos opomos às “terapias de cura” da homossexualidade, lesbianidade e transexualidade em toda América Ltina e Caribe. Reconhecemos positivamente a existência de vozes religiosas em favor da aceitação e do respeito a todas as formas de viver e nos unimos em um chamado a líderes religiosos para que sejam coerentes com os princípios e direitos de respeito à vida, à igualdade, à dignidade e à diversidade, e que se abstenham de promover a lesbofobia, homofobia e transfobia em nome de suas crenças pessoais.

DEMANDAMOS que os governos observem o princípio de laicidade dos Estados latinoamericanos e caribenhos e tomem medidas concretas para combater as práticas “reparadoras” da homossexualidade e transexualidade, incluindo-se a interrupção de qualquer financiamento público a instituições ou indivíduos que não estejam claramente distanciados dessas práticas.

DEMANDAMOS que as instituições nacionais ou locais de saúde pública estabeleçam ou fortaleçam regulamentações que retirem dos sistemas de saúde público ou privado as pessoas que pratiquem ou promovam práticas “reparativas”.

INSTAMOS que doadores privados e financeiras incluam como critério para aprovação de solicitações de apoio a rejeição ao discurso de terapias “reparativas” que atentam contra os direitos humanos.

SOLICITAMOS que as autoridades religiosas condenem firmemente o uso de discursos que propõem e/ou promovem processos de “reparação”, e que promovam a aceitação da diversidade sexual e de gêneros.
Para mais informações sobre os objetivos da campanha e para assinar o Manifesto Internacional em apoio à campanha, visitewww.dayagainsthomophobia.org

Esta mensagem foi enviada pelo Observatório de Sexualidade e Política (SPW). Se não deseja mais receber nossos informativos, por favor,clique aqui

quarta-feira, 4 de maio de 2011

AMIGOS,
Não podemos fazer de conta que nada está acontecendo.
Isto ocorrerá  em nível global ! E não só em relação aos  produtos fitoterápicos mas também  aos alimentos naturais.  Querem tirar a nosso direito à vida. Se esta ação não for bloqueada vamos passar a consumir alimentos transgênicos. As sementes que a natureza produz também serão proibidas e os remédios  fitoterápicos, homeopáticos , ayurvédicos, xamânicos etc, etc...deixarão de existir e seremos forçados a consumir  alimentos transgénicos e medicamentos químicos.

Dentro de 2 dias, a União Europeia irá banir grande parte da medicina natural, forçando-nos a tomar mais remédios industrializados e alimentando os lucros das grandes empresas farmacêuticas.
A directiva da UE coloca barreiras altas em qualquer medicamento natural que não esteja no mercado há pelo menos 30 anos -- incluindo quase todo o medicamento tradicional Chinês, Ariuvédico e Africano. Esta é uma medida draconiana que ajuda a indústria farmacêutica e ignora milhares de anos de conhecimento médico.
Nós precisamos de um chamado massivo de indignação. Juntas, nossas vozes podem pressionar a Comissão Europeia a alterar a directiva, forçar os nossos governos a se recusarem a implementá-la, e dar legitimidade a uma acção legal frente aos tribunais. Assine ao lado, depois encaminhe esta campanha para todos. Vamos conseguir 1 milhão de vozes para salvar a medicina tradicional:

Para assinar a petição basta clicar no link abaixo e assinar:
http://www.avaaz.org/po/eu_herbal_medicine_ban/?copy